Podemos nos sentir amigos -- e assim sermos amigos -- de quem não nos conheça, e que nem conhecemos pessoalmente. É o meu caso. Sinto-me amigo de quem decifrou o nome de uma porção de amiguinhas, borboletas, que freqüentam o jardim de casa (não consigo chamar de "meu jardim", porque, venturosamente, é compartilhado). Trata-se de Felipe Canuto, e é bom chamá-lo pelo nome, porque amigos é bom chamar pelo nome. Cruzamos textos, fotos e telas no meio virtual, uma vez só, mas para sentir essa coisa poderosa, a amizade, é necessário que seja todo ano, todo mês, todo o momento? Uma vezinha só que seja, não basta?
Tenho amigo que faz anos, uns quatro, que não vejo, e nem por causa disso o sinto menos amigo. Nem falo com ele, na verdade. Mas sei que está lá, ou acolá, pronto para um abraço um tanto frio, porque é avêsso, o meu amigo, a grandes exteriorizações de afeto. Sentirei o calor de seu afeto através das lentes de seus óculos finos, num tipo de sorriso que só o olhar consegue. Trata-se do Anael, porque amigos é bom chamar pelo nome (não é a inteira verdade: chamo-o, na intimidade jocosa, de Manoel de Aniquilino, a ele, cujo nome é Anael de Aquino, que é um aliás de seu verdadeiro nome, Anael de Souza -- porque é bom dizer o nome do amigo).
Indago-me, agorinha mesmo, neste momento, qual a causa do destempêro de querer nomear amigos, recentes e antigos, ainda que só dois, para ilustrar. É que amigos é bom chamar pelo nome, e meu nome mudou, semana passada. Mudou de verdade, no registro civil, que ao antigo foi acrescentado sobrenome, Waideman. Para os meus amigos, todos eles, incluindo meu filho e filhas (que ganhei mais duas), continuo sendo o Elcio de sempre, que é só pelo prenome que me chamam. Mas alerto: se quiserem usar todo o nome, acrescentem, por favor, Waideman. Porque amigos é bom chamar, pelo menos às vezes, nos momentos mais formais, pelo nome completo.
domingo, 11 de novembro de 2007
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